segunda-feira, 12 de agosto de 2019

MAC Niterói promove seminário sobre negra presença na arte


O Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o Ipeafro realizam, de 15 a 17 de agosto, a partir das 13h, o seminário “Negra presença: arte, política, estética e curadoria”, que encerra a programação da exposição "Abdias Nascimento: um espírito libertador", em cartaz no MAC. No programa, conferências e mesas de debate, com a presença de pesquisadores, artistas e curadores, como o brasileiro-congolês Kabengele Munanga e o brasileiro Muniz Sodré, entre outros.
Quem assina a curadoria é Raquel Barreto – historiadora e doutoranda pela Universidade Federal Fluminense.
 A mesa de abertura do Seminário, no dia 15, às 13h30, conta com as presenças do Diretor do MAC Niterói, Marcelo Velloso; da Diretora do IPEAFRO, Elisa Larkin; da Diretora de Cidadania, Diversidade e Territórios da Fundação de Arte de Niterói, Roberta Martins; e da curadora Raquel Barreto.
“O MAC cumpre com esse seminário seu papel de museu público: ser um espaço de debate democrático sobre a arte, sobre a representatividade na arte, sobre a ocupação dos espaços institucionais de arte. Junto com o Ipeafro, partimos da discussão do legado de Abdias Nascimento para uma reflexão sobre a negra presença na arte no Brasil e no mundo. Com o seminário, pretendemos discutir essa presença do ponto de vista estético, político e histórico tanto na produção artística quanto na curadoria. O momento da exposição de Abdias no MAC é simbólico e oportuno para o debate sobre arte e cultura afro-brasileira. Além de ser um grande nome do movimento negro como ativista, intelectual, escritor e artista, temos no momento sua primeira mostra individual em um museu de arte contemporânea no país”, afirma Marcelo Velloso.
Para Raquel Barreto, o diálogo entre o Seminário e a exposição em cartaz permite um pensar mais amplo acerca das questões que atravessam o campo das artes visuais. “O programa propõe discutir assuntos que permeiam a área da curadoria e identificar as relações possíveis entre estética, política e ativismo. Pensar um pouco da arte negra no Brasil. O Brasil ainda tem uma reconciliação histórica a fazer com os afrodescendentes e com os povos originários. E o Seminário vai proporcionar os mais diversos questionamentos em relação ao tema”.

Seminário NEGRA PRESENÇA: ARTE, POLÍTICA, ESTÉTICA E CURADORIA

15 de agosto (5ª feira)
Das 13h30 às 14h – Mesa de abertura - Marcelo Velloso (MAC Niterói) - Elisa Larkin (IPEAFRO) - Roberta Martins (Fundação de Arte de Niterói) - Raquel Barreto (curadora do Seminário)

Das 14h às 15h30 – Conferência: Abdias Nascimento: artes, política e ancestralidade africana
Conferencista: Prof. Kabengele Munanga

Das 16h às 18h – Mesa de debate: Estética, política e artistas negros
Conferencistas: Carmen Luz, Filó e Haroldo Costa.
Mediação: Julio Cesar Tavares

16 de agosto (6ª feira)
Das 14h às 15h30 – Conferência: Emory Douglas: arte e ativismo no Partido dos Panteras Negras - Conferencista: Raquel Barreto

Das 16h às 18h – Mesa de debate: A presença negra na curadoria: desafios e perspectivas
Conferencistas: Helio Menezes e Marcelo Campos
Mediação: Thaís Rocha

18h - Performance - Labirito de luzes, por Reginald Adams

17 de agosto (sábado)
Das 14h às 15h30
Conferência: Corpo e dança na cultura nagô
Conferencista: Prof. Muniz Sodré

Das 16h às 18h00 – Roda de conversa: Arte e artistas negras na contemporaneidade participação de: Coletiva Trovoa, Coletivo Rato Preto, Mariah Rafaela, Milena Lizia e outras.  
Mediação: Keyna Eleison

Sobre Kabengele Munanga:


antropólogo e professor brasileiro-congolês. Especialista em antropologia da população afro-brasileira, com especial foco na questão do racismo na sociedade brasileira, é graduado pela Université Oficielle du Congo (1969) e doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo (1977). Kabengele nasceu em 1942 na aldeia de Bakwa Kalonji, no Congo Belga, membro dos lubas. Em 1964, ingressou no curso de Ciências Sociais da Universidade Oficial do Congo, em Lubumbashi, inscrevendo-se dois anos depois no recém-criado curso de Antropologia. Ao terminar a graduação em 1969, foi convidado para fazer mestrado na Universidade de Lovaina, na Bélgica. Kabengele voltou ao Congo para terminar sua dissertação, mas não pode concluí-la, pois o domínio político da ditadura da recém-criada República do Zaire sobre a universidade o impediu. Chegou ao Brasil por convite do professor Fernando Mourão, da Universidade de São Paulo, onde terminou seu doutorado. Em 1980, assumiu a cadeira de Antropologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e no ano seguinte, mudou-se para São Paulo, onde, além de lecionar antropologia da Faculdade de Filosofia, vice-diretor do Museu de Arte Contemporânea, foi diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia e do Centro de Estudos Africanos da USP. Agraciado com a Ordem do Mérito Cultural em 2002, é autor de cinco livros: Negritude: Usos e Sentidos (1988); Racismo: Perspectivas Para Um Estudo Contextualizado Da Sociedade Brasileira (co-escrito com Carlos Alberto Hasenblag e Lilia Moritz Schwarcz, 1998); Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra (1999); "O Negro no Brasil de Hoje" (co-escrito com Nilma Lino Gomes, 2006); e Origens Africanas do Brasil Contemporâneo (2009). 

Sobre Muniz Sodré:


Bahiano de São Gonçalo dos Campos, é jornalista, sociólogo e tradutor. Pesquisador no campo da comunicação e do jornalismo, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Escola de Comunicação, e exerceu de 2005 a 2011, o cargo de Presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Seu interesse teórico centra-se na produção da cultura, tanto em nível industrial - isto é, o que se produz no campo tradicionalmente abarcado pelo nome, já algo defasado, de indústria cultural, ou simplesmente "mídia" - quanto no nível das expressões simbólicas de origem popular. Dirigiu a TV Educativa e publicou quase uma centena de livros e artigos, na área da comunicação (jornalismo em especial), mas também livros de ficção e um romance ("O bicho que chegou a feira"). Algumas obras tornaram-no mais conhecido, como "Monopólio da Fala" (sobre o discurso da televisão) e "Comunicação do Grotesco" (sobre programas de TV que exploram escândalos e aberrações). Um dos poucos teóricos brasileiros na área de comunicação que têm circulação e respeitabilidade no exterior, Muniz Sodré é professor e palestrante de diversas instituições em países como Suécia, França, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Colômbia, Bolívia, Uruguai, Peru dentre outros. É membro de várias associações científicas, entre as quais a Association Internationale des Sociologues de Langue Française (sede em Toulouse, França). Na Escola de Comunicação, é membro do Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC), que trabalha as questões da comunidade e das possibilidades de uma comunicação alternativa. Alguns de seus livros são traduzidos em países como Itália, Bélgica, Espanha, Cuba e Argentina.

O MAC Niterói fica no Mirante da Boa Viagem, sem número
Informação: (21) 2620-2400

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