“Como eu queria ser normal”, nova peça do psiquiatra Daniel Chutoriansy vai reunir profissionais de saúde e pacientes do Programa Municipal de Saúde Mental, da Fundação Municipal de Saúde (FMS). Primeira produção do recém-criado Grupo de Teatro Pulando a Cerca, o espetáculo, cujos ensaios já começaram, ainda está sem data para estreia, mas será encenado no novo auditório do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba (HPJ), unidade integrante da Rede Pública de Saúde de Niterói.
A ideia de se oferecer aos pacientes algo diferente dos tratamentos convencionais surgiu quando Daniel Chutorianscy convidou o colega e diretor do hospital, Raldo Bonifácio, para uma entrevista no programa de TV - “Pulando a Cerca” - apresentado por ele e veiculado na Unitevê (www.uniteve.uff.br ou www.youtube.com/uniteveuff), o canal universitário da UFF. O tema na ocasião era “Vez e Voz da Loucura”.
Acompanhado de três pacientes, Denílson, poeta; Renato, gaitista; e Rafael, excepcional pintor, Raldo acreditou que a ideia poderia render e deu início à produção. O texto é de Chutorianscy. Segundo ele, poucas vezes a televisão mostrou tanta lucidez por meio de pacientes frequentadores de um hospital psiquiátrico. “Aqueles que são considerados os últimos alunos da turma deram uma entrevista surpreendente”, relembrou.
“É fundamental, é necessário!” A afirmação de Daniel Chutorianscy vai ao encontro dos objetivos do grupo, que é o de valorizar os dois últimos alunos da turma - o maluco e o que vive na rua – pois, apenas um muro os separa. Então, segundo o psiquiatra, o Teatro Pulando a Cerca é exatamente a expressão disso: “Pular a cerca contra o preconceito discriminatório!”.
Na ocasião, diante das câmeras, Denílson, com sua veia poética, sugeriu o tema “A Loucura Dividida - Como eu queria ser normal”, onde fez colocações sobre o que é ser normal. A entrevista rendeu, e em virtude do sucesso e da repercussão, a equipe da Unitevê e o apresentador convidaram os participantes para retornarem ao programa.
Algumas semanas depois, Raldo e seus três pacientes retornaram ao Pulando a Cerca. Rafael aproveitou para pintar um quadro ao vivo. Renato musicou o programa, e Denílson voltou a abordar o tema - a “Loucura Dividida” questionando a normalidade.
“Como eu queria ser normal” no Pulando a Cerca (divulgação)
O grupo do HPJ
Por sugestão de Daniel Chutorianscy, foi criado o Grupo de Teatro Pulando a Cerca, genuinamente do HPJ, e que terá futuramente apresentações abertas ao público. “Já começamos! Num ato coletivo de solidariedade e lucidez entre profissionais e pacientes, a ideia é colocar a loucura para fora dos muros do hospital, questionando a normalidade e a anormalidade, a saúde e a doença mental”, finalizou Chutorianscy.
Outras informações, ligue para o psiquiatra Daniel Chutorianscy, pelo telefone: (21) 99996-6514 ou envie um e-mail para trenzinhocaipira@vnet.com.br