quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Pulando a Cerca, programa de entrevistas ou uma série inusitadamente real?



Um programa de entrevistas, conhecido como talk show, com temas e “personagens” surpreendentes, às vezes fictícios, por vezes reais, pode ser considerado também uma série?

O blog Culturalmente Versados (https://culturalmenteversados.wordpress.com/) trouxe recentemente um tema importante para o debate: “Por que as séries de TV fazem tanto sucesso?” Desde a década de 1960, séries televisivas fazem muito sucesso. Isso pode ser comprovado com exemplos como “Os Invasores”, “Perdidos no Espaço”, “Batman”, “Chips”, “Super Máquina”, a brasileira “O Vigilante Rodoviário”, e tantas outras séries produzidas ao longo dos anos. Ultimamente, os conteúdos da TV têm recebido crítica e importância igual (ou superior) aos filmes de Hollywood. Mas, qual é o diferencial deste tipo de produto? Por que tamanho sucesso?

Ainda segundo o site, um dos principais responsáveis é o fato de que, por terem duração muito maior que um filme, as séries tem tempo para fazer algo que somente os livros conseguem com maestria: explorar as personagens e seus universos de maneira tão detalhada que o telespectador cria vínculos pessoais de simpatia, amor ou ódio com cada herói ou vilão. Um belo exemplo de criar vínculos com uma série é o relacionamento do público com Walter White (ou seria Heisenberg?) de Breaking Bad.

Mas não só as personagens são bem elaboradas, todo o cenário também o é. Tudo é trabalhado para que se pareça ao máximo com uma realidade existente, e histórias secundárias ganham força para mostrar que aquele mundo possui vida. Diferentemente do cinema, as produções na TV tem mais liberdade na criação de conteúdo, e podem ir mais fundo na temática escolhida. Além disso, o enredo pode gerar empatia ou antipatia em diferentes públicos, promovendo ou não a interação entre as pessoas. Grupos com visões antagônicas debatem sobre os inúmeros desdobramentos de cada acontecimento, seja na internet ou pessoalmente.

Neste contexto, como ficam os programas de entrevista? Vale então perguntar novamente: podemos também considerá-los séries? No caso específico do inusitado programa Pulando a Cerca, por exemplo, que vem sendo veiculado initerruptamente há mais de 15 anos pela Unitevê (www.uniteve.uff.br) ou (youtube.com/uniteveuff), o canal universitário da Universidade Federal Fluminense, o cenário é parco, as personagens variam a cada programa e as histórias, reais, tem começo, meio e fim num único dia. O diferencial, além da busca constante de se manter um papo reto entre entrevistador e entrevistado, é que o apresentador é o mesmo desde o primeiro programa, o psiquiatra Daniel Chutorianscy.

Resistente, Daniel já sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC), caiu de moto, passou por maus bocados durante esses anos todos, mas está lá, firme, levando até o espectador cultura, informação, entretenimento e muitas histórias reais, recheadas de verdade.

O Pulando a Cerca não tem pauta, roteiro tampouco censura. “É como a vida”, bordão criado pelo próprio apresentador, que traz semanalmente um convidado para falar sobre política, economia, vida pessoal ou sobre os mais variados assuntos. “Não engessamos o convidado, aqui ele pode falar sobre o que bem quiser”, afirma Daniel, ressaltando que “toda pessoa tem uma história para contar”.


Pulando a cerca (divulgação)


Então, te convidamos para assistir uma série real, num cenário real, com personagens e temas reais. Para acessar o programa, dê uma chegadinha no www.youtube.com/uniteveuff, acesse a “playlist”, escolha o entrevistado e viva fortes e reais emoções.

Pulando a Cerca, uma série de entrevistas inusitadamente real.