Quando se ouve falar em Jonas Bloch, se pensa logo em televisão, teatro e cinema. Mas o que nem todo mundo sabe é que, além de ator, ele também é artista visual. O público vai poder conferir um pouco desta produção na mostra “Persona”, que abre, no dia 10 de dezembro, terça-feira, às 19h, na Sala José Candido de Carvalho, com curadoria de Desirée Monjardim.
Composta por cerca de 20 desenhos, a exposição representa a moderna vertente do surrealismo com técnicas que variam entre aquarela, nanquim, pastel e ecoline. São imagens instigantes de personagens e seus mundos. Uma viagem ao imaginário.
Sim. Jonas Bloch cursou Escola de Belas Artes, ainda na adolescência, e entrou também para o Teatro de Dulcina de Moraes. Estreou na antiga TV Tupi, e foi o início de sua longa carreira de ator, que teve uma trajetória tão rica, que virou a prioridade de sua expressão artística, mas nunca deixou de desenhar, esculpir e pintar, constantemente. Fez poucas exposições, e mesmo com a grande aceitação de seus trabalhos, a carreira de ator estava vibrante, com convites irrecusáveis, e o artista visual se beneficiou com isto, já que seu trabalho, fora das influências de mercado, ganhou mais liberdade. Jonas acha que a arte leva ao público um outro olhar. “As pessoas estão habituadas a ver tudo com um olhar utilitário, com objetivo de uso, é diferente ao olhar uma obra de arte, ela nos tira da rotina, nos transporta para outro universo, nos livra do olhar viciado, para desvendar algo novo, atiçando nosso imaginário, nosso inconsciente”, explica o artista.
Como sintetiza Isis Fernandes Braga – Dra. em Artes Visuais e 2ª. Vice-Presidente da ABCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte): “quando artista plástico, Jonas deixa sua imaginação voar, seus sonhos se tornarem reais, representados de forma tátil, seja usando o grafite, o nanquim, a aquarela ou ecoline. E, quando escultor, usa materiais inusitados, em ‘assemblages’, desconstruindo e reconstruindo o seu sujeito. Ele é um representante da moderna vertente do surrealismo, movimento literário surgido na Europa, imaginado pelo poeta André Breton (1896-1966), autor do ‘manifesto surrealista’, em 1924, no qual defende um pensamento livre, baseado no inconsciente, e representando sonhos. Trata-se da tradução do onírico, do inusitado, do inconsciente, traduzidos em artes plásticas ou em poesias”.
Os últimos trabalhos de Jonas na TV Globo, as novelas ‘Novo Mundo’ e ‘Bom Sucesso’, além da mini-série ‘Se eu fechar os olhos agora’, tiveram uma preparação e ensaios tão estimulantes, que o inspiraram nesses desenhos agora apresentados. Ele tem convite para expor em Lisboa, em março de 2020, e pretende dar, daqui por diante, mais espaço ao seu papel como artista plástico. “Nesses tempos difíceis em que vivemos, espero que essa exposição toque a sensibilidade das pessoas e seja um respirar no cotidiano de todos”, conclui.
Mais sobre Jonas Bloch:
Formado também em Artes Visuais e em vários cursos de Teatro, foi professor de interpretação em Universidades, é ator, diretor, autor. Durante mais de 55 anos, vem trabalhando em Cinema (quarenta filmes), Teatro (trinta e oito peças), Televisão (cinquenta e uma produções).
Em seu vasto currículo, há uma enorme variedade de experiências, que vão desde Shakespeare a comédias de costumes, de filmes ambiciosos a novelas leves e musicais.
Entre seus trabalhos de Teatro incluem-se: ‘Hamlet’, ‘Sonhos de uma noite de Verão’ (Shakespeare), ‘PeerGynt’(Ibsen), ‘Franck V’ (Durrematt), a participação na Mostra Internacional de Teatro de Montevidéu com ‘Besame Mucho’, Festival de Cabo Verde, Mindelact, em Portugal no Festival do Porto e de Vianna do Castelo com ‘Senhor das Flores’.
Atuou em filmes internacionais, como ‘Sigilo Absoluto’ (DiscretionAssured ), ao lado de Michael York; ‘Womanon top’; o italiano ‘O Traidor’ e ‘Butterfly’, além dos nacionais como ‘Caso Claudia’, ‘Avaeté’, ‘O homem da Capa Preta’, ‘O dia da caça’, ‘Amarelo’ (indicação para melhor ator), ‘Cabra Cega’ (prêmio Fiesp, de melhor coadjuvante), entre muitos outros.
Foi homenageado no 28º. Festival de Cinema de Recife, no Guarnicê, do Maranhão, e no de Canoa Quebrada, Prêmio Nelson Rodrigues, pela ANCEC, por sua trajetória.
Tem participado de novelas e mini- séries, como ‘Corpo Santo’, ‘Mulheres de areia’, ‘A Viagem’, ‘Bicho do Mato’, ‘Novo Mundo’, ‘Se eu fechar os olhos agora’, entre outras, além da mini série ¨Garret¨, da RTP , TV portuguesa.
Serviço:
Exposição “Persona”, de Jonas Bloch
Curadoria: Desirée Monjardim
Abertura: 10 de dezembro, terça-feira, às 19h
Visitação: de 11 de dezembro de 2019 a 9 de fevereiro de 2020, sempre de segunda a sexta, das 9h às 17h
Local: Sala José Candido de Carvalho
Endereço: Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, Niterói-RJ
Informações: (21) 2719-6939/2719=9900
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