sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

PEDRO SÁ MORAES APRESENTA “A PAIXÃO DE BRUTUS” NA CAIXA CULTURAL RIO DE JANEIRO


A CAIXA Cultural Rio de Janeiro recebe, nos dias 1º e 2 de fevereiro (sábado e domingo), o espetáculo A Paixão de Brutus. Nessa adaptação da peça Júlio César, de William Shakespeare (1564-1616), o ator e músico carioca Pedro Sá Moraes se alterna entre 15 personagens e um narrador para colocar em cena uma história que traduz questões perenes da política e da vida em sociedade. A direção é do argentino Norberto Presta.

Peça inglesa do fim do século XVI sobre acontecimentos da Roma do século I a.C., Júlio César é um ensaio sobre conspiração e amizade, inveja e política, superstição e poder. A atualidade dos questionamentos levantados na peça foi o que despertou no artista a necessidade de encená-la.

“O texto me arrebata porque revela muito sobre o nosso mundo – o ódio político, o jogo de cena, a vaidade –, mas não fecha as questões”, diz Pedro. “Não há um grande vilão como em outras peças de Shakespeare, como um Ricardo III ou um Iago (de Othelo). O que existe é um grande espelho, um leque rico de personagens, equivocados, mas fundamentalmente humanos.”

Teatro-canção:
Na adaptação, assinada pelo próprio ator, as ideias, diálogos e ritmos do dramaturgo inglês se desdobram em composições inéditas, inspiradas em fontes diversas, dos cantastori italianos aos cordelistas do Nordeste brasileiro, das composições para teatro de Chico Buarque, Vinícius e Guarnieri à épica de Bertold Brecht.

Pedro entrelaça em uma só partitura a musicalidade dos diálogos e a intencionalidade das canções, num gênero que ele e o diretor Norberto Presta definem como teatro-canção. “A música não está só nas canções, ela é o guia permanente. A voz dos personagens, o ritmo e a intensidade dos diálogos são regidos por um sentido musical. Os movimentos também nascem da música, como uma dança”, explica.

Referências:
Ao se permitir liberdades na adaptação de um texto canônico, o artista lança um olhar contemporâneo sobre o universo shakespeariano. Referências do cinema, como o longa-metragem César deve morrer (2012), dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, ajudaram Pedro a encontrar o tom do diálogo com a obra – franco e irônico, sem perder a gravidade.

O cenário de Doris Rollemberg, a iluminação de Bernardo Gondim e o figurino, criado coletivamente, são propositadamente minimalistas. “A intenção é deixar espaço para que o público crie suas imagens e seus entendimentos”, diz Pedro. “Num momento que nos impele a simplificações e verdades absolutas, o teatro pode ser um convite à reflexão pessoal genuína – sobre o pessoal e o coletivo, sobre o ontem e o hoje. A Paixão de Brutus quer ser este convite.”



Serviço:
Espetáculo A Paixão de Brutus
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro de Arena (Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro - Metrô e VLT: Estação Carioca)
Datas: 1º e 2 de fevereiro (sábado e domingo) 
Horário: 19h
Informações: (21) 3980-3815
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia
Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 13h às 20h
Duração: 60 min
Classificação Indicativa: Livre para todos os públicos
Capacidade: 176 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Acesso para pessoas com deficiência
Apoio: CAIXA e Governo Federal

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